Nas comunidades terapêuticas, dependentes químicos recebem curso a distância sobre empreendedorismo

Capacitação realizada na fase final do tratamento era presencial, mas ganhou formato on-line durante a pandemia do novo coronavírus






Mais do que deixar as drogas, os dependentes químicos precisam retomar a vida e recuperar uma fonte de renda após concluir o tratamento. Nas comunidades terapêuticas, o acolhimento dessas pessoas é feito de maneira voluntária e tem, entre os seus focos, a reinserção do indivíduo na sociedade. Com esse objetivo, o Ministério da Cidadania e a Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) firmaram um acordo de cooperação no ano passado para que os acolhidos em fase final de tratamento recebam cursos gratuitos de empreendedorismo. E, em época de combate ao Covid-19, as aulas ganharam um novo formato.

A capacitação realizada pela equipe da Conaje nas comunidades terapêuticas agora conta com um curso on-line. Entre os dias 20 e 24 de abril, os acolhidos receberão, ao todo, 30 horas de aulas do curso Brasil Mais Empreendedor. Entre os temas abordados estão finanças, comunicação, gestão de pessoas e o auxílio emergencial oferecido pelo governo, entre outros.

Criado para capacitar jovens em situação de vulnerabilidade social, o programa Brasil Mais Empreendedor passou por uma adaptação para ser oferecido pela internet. Assim, a iniciativa tem o objetivo de auxiliar as pessoas a abrirem um negócio e conseguirem uma renda própria. No caso dos dependentes químicos, é uma porta que se abre para o retorno à sociedade e ao mercado de trabalho após a conclusão do tratamento. “A efetividade da recuperação do indivíduo passa necessariamente pela sua reinserção social, e na reinserção social baseada na capacitação para o trabalho”, destaca o secretário.

“A importância desse curso é para que os acolhidos possam realmente trabalhar com a reinserção social, para que possam ter acesso, assim que saírem do acolhimento, ao mercado de trabalho. Não adianta apenas a gente oferecer o acolhimento àquela pessoa que possui dependência química”, pondera Cláudia Leite, diretora nacional de Prevenção, Cuidados e Reinserção Social da Senapred. “Ela tem que estar preparada para que, quando sair da comunidade terapêutica, possa reinserir-se socialmente, com foco na geração de emprego e renda. Esse curso oferece uma oportunidade de empreender, de abrir seu próprio negócio”.

Promovido dentro do espaço das comunidades, os cursos seguem as orientações do Ministério da Saúde e as medidas de prevenção que constam na Cartilha de Orientações para as Comunidades Terapêuticas, como a higienização dos ambientes. O funcionamento desses locais durante a pandemia conta com medidas estabelecidas pela Portaria nº 340, do dia 30 de março de 2020.

As comunidades terapêuticas são entidades privadas, sem fins lucrativos, que realizam o acolhimento em regime residencial transitório, em caráter voluntário, de pessoas com problemas associados ao uso nocivo ou dependência de substância psicoativa, no âmbito do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD).


Ana Cláudia Felizola – Ascom – Ministério da Cidadania


Fonte: Ministério da Cidadania